Dois meses. Os dois mais longos de minha vida. Você chegou e vem marcando profundamente. Desde cedo, mostrando sua personalidade enérgica. Cheio de saúde e de vontades, atento a tudo, impaciente, decidido.
Enquanto isso, eu e sua mãe voltamos ao trabalho e sentimos uma enorme saudade de você. Poucas horas fazem grande diferença. E agora, que vou começar a trabalhar num terceiro expediente três vezes na semana, vai ser ainda mais duro estar longe de você. Mas é um sacrifício importante para garantir para você mais recursos e maior segurança. O meu crescimento profissional é uma forma de buscar melhorias para o seu crescimento.
Eu chego em casa depois de poucas horas de ausência e você já parece diferente. Cresce a olhos vistos. Já balbucia algumas sílabas ininteligíveis. Faz novas caretas, e vai deixando algumas para trás... nossa, eu gostaria de ter filmado tudo aquilo pra te curtir muito, pra sempre, mas parece impossível.
Cai a ficha. Você tem a sua vida. Tudo passará, você vai crescer cada vez mais e será cada vez menos um bebê. Nós, seus pais, temos que te curtir dia após dia, ciente de que nada se repete e cada segundo desperdiçado está irreversivelmente perdido. Não há o que se desesperar, pois nossas vidas também não podem girar em torno disso. Eu sou eu, sua mãe é sua mãe, você é você. Hoje você é totalmente dependente de nós, mas não será assim pra sempre e precisamos estar cientes disso. O importante não é estarmos presentes sempre que quisermos, mas sempre que formos necessários. E nisso estará a nossa doação.
Um comentário:
Bonito.
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