sábado, 7 de agosto de 2010

Você cresce e nos transforma para sempre

Dois meses. Os dois mais longos de minha vida. Você chegou e vem marcando profundamente. Desde cedo, mostrando sua personalidade enérgica. Cheio de saúde e de vontades, atento a tudo, impaciente, decidido.

Enquanto isso, eu e sua mãe voltamos ao trabalho e sentimos uma enorme saudade de você. Poucas horas fazem grande diferença. E agora, que vou começar a trabalhar num terceiro expediente três vezes na semana, vai ser ainda mais duro estar longe de você. Mas é um sacrifício importante para garantir para você mais recursos e maior segurança. O meu crescimento profissional é uma forma de buscar melhorias para o seu crescimento.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Não basta ser pai, tem que participar

Sei que muitos outros pais se contentem em simplesmente trabalhar pra pagar as contas e dar conforto material para seus filhos. Mas para mim, desde o primeiro momento, a realização como pai sempre consistiu num propósito mais amplo. E foi assim que não hesitei em estar presente durante o parto, não obstante não tivesse certeza de que estava preparado pra isso. Eu poderia até não ter suportado e deixado a sala de cirurgia, mas não poderia me dar ao luxo de passar o resto da vida lamentando não ter tentado.

Da mesma forma, sentir seu cheiro, escutar seu choro, pegá-lo nos braços, trocar fraldas... tudo isso é inestimável para mim. Em cada novo dia, em cada nova fase, participar das novidades. E assim como não podia delegar a outro entrar na sala de parto por mim, também não delego meu papel de pai a mais ninguém.

domingo, 27 de junho de 2010

Cry, baby, cry!

Você chora, eu sorrio.
Penso na graça de tê-lo saudável conosco.
Quantas mulheres gostariam de escutar o choro de seus bebês mas não o possuem?
Então eu adoro escutar seu choro, e regozijo-me nisso.

Quando você nasceu, a primeira coisa que fez foi chorar.
Ao seu redor, todos se enchiam de alegria.
Pais, avós, tios, primos... até a equipe médica.
Você chorava, e todos sorríamos.

Agora é o seu 21º dia de vida.
Você não fala, você chora. Chora porque ainda não sabe falar.
Chora pra dizer que tem fome, que precisa que troquem sua fralda.
Você chora, e nós entendemos, e atendemos seu pedido.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Aos dez dias

Faz dez dias que você nasceu, e quando penso em você sinto um aperto no coração, um aperto tremendo. Maior do que um murro no estômago, maior do que a dor que um adolescente sente diante de um amor não correspondido. A dor é a mesma que senti quando te vi pela primeira vez, pequenino e frágil. É a dor de perceber o quanto é impressionante que você tenha surgido a partir de mim e que eu o tenha agora como a maior responsabilidade da minha vida, completamente dependente de mim.

Até então, uma das maiores lições que eu tinha assimilado em minha vida é que ninguém tem o direito de terceirizar a responsabilidade pela sua própria felicidade. Cada um de nós é responsável por fazer a vida valer a pena. Mas de repente eu me torno imensamente responsável pela sua felicidade, pelo seu bem estar; sou teu tutor, legalmente responsável pela sua vida e pela sua saúde.

Sim, é uma responsabilidade sem precedente que um pai de primeira viagem assume. Mesmo assim, eu não tenho dúvida de que sou capaz de superar meus próprios limites para que não falte absolutamente nada para você. Esse é o meu papel, e embora pareça uma grande missão eu não me assustarei. Porque sei que se existe uma força de superação nessa vida é o amor, e agora ainda mais, o amor de um pai pelo seu filho.