domingo, 27 de junho de 2010

Cry, baby, cry!

Você chora, eu sorrio.
Penso na graça de tê-lo saudável conosco.
Quantas mulheres gostariam de escutar o choro de seus bebês mas não o possuem?
Então eu adoro escutar seu choro, e regozijo-me nisso.

Quando você nasceu, a primeira coisa que fez foi chorar.
Ao seu redor, todos se enchiam de alegria.
Pais, avós, tios, primos... até a equipe médica.
Você chorava, e todos sorríamos.

Agora é o seu 21º dia de vida.
Você não fala, você chora. Chora porque ainda não sabe falar.
Chora pra dizer que tem fome, que precisa que troquem sua fralda.
Você chora, e nós entendemos, e atendemos seu pedido.


Mas você logo saberá que o choro não é a solução pra tudo.
Você vai chorar, vai espernear, e as coisas não vão acontecer como você quererá.
Você vai chorar porque quer ficar sempre no colo. Vai continuar chorando.
Você vai chorar porque quer o brinquedo que está na vitrine. Vai continuar chorando.
Você vai chorar porque quer lanchar na McDonalds. Vai continuar chorando.

Quando você aprender a falar, vai descobrir quanta coisa maravilhosa é possível pelas palavras.
Elas não são tudo, elas enganam, magoam, ferem, mas mesmo assim são importantes.
Nunca julgue as palavras fora de contexto. As coisas nem sempre são o que parecem.
Nós somos todos contraditórios, e nem sempre fazemos o bem que gostaríamos.
Nem sempre falamos aquilo que gostaríamos ou somos entendidos como queríamos.

Seja rápido nas palavras generosas, carinhosas, afáveis. Nunca se sabe quando se terá uma nova chance.
Seja lento, ponderado, nas palavras duras, rigorosas. Algumas vezes elas serão necessárias, mas certifique-se de que esteja sóbrio o bastante na hora de proferi-las... a ira desvirtua as palavras e nubla nosso julgamento. Nunca se sabe se você terá uma nova chance de se fazer entender e demonstrar seu ponto de vista.

E escute, escute sempre. Você pode ter toda a razão, mas o outro pode achar que também tem. Não prive o direito alheio de expressar seu ponto de vista para que você também possa ter o seu ponto de vista respeitado. Lembre-se de que não é à toa que temos uma única boca, mas dois ouvidos. Faça valer, e fortaleça seu aprendizado.

As pessoas são mais do que parecem ser em suas palavras. Nem todo mundo consegue se expressar bem pelas palavras. Se você puxar ao seu pai, talvez consiga fazer isso na escrita. Porém, mais importante ainda é o domínio das ações. Fazer-se entender e respeitar pelos atos. Faça as coisas certas, ou mesmo faça as coisas erradas tentando acertar. Seja coerentes e fiel aos seus propósitos.

E se as coisas não derem certo, você pode até chorar. Mas não chore esperando que as coisas se resolvam por si mesmas. Chore por desabafo, todos nós temos esse direito. Depois, volte a tentar.
No começo, você chorava e todos se alegravam no seu choro. No futuro, quando esta sua jornada se encerrar no ciclo natural da vida, você talvez se despeça num suspiro de alívio, num leve sorriso. E as pessoas ao seu redor dessa vez chorarão.

Portanto chore, meu pequeno príncipe. Hoje é esse o momento.
E estaremos aqui para entender o seu choro, rejubilar, agradecer a Deus, alimentá-lo e trocar suas fraldas.
Chore, chore, chore, até cansar e voltar a dormir. Amamos esse momento, amamos você.

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